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Um lugar silencioso II - Análise sobre o som, o ruído e o silêncio.

Foto do escritor: Go! StartGo! Start

Recentemente tivemos o lançamento do filme ‘’Um lugar silencioso, parte II’’, sequencia direta do seu antecessor lançado em 2018. O filme se passa em um universo pós-apocalíptico, após a invasão de uma espécie de ser alienígena, parente próximo dos demogorgons (Stranger Things) com sérios problemas auditivos, pois são extremamente intolerantes ao som. Agora a família Aboott tem que buscar sobreviver a esse mundo silencioso, onde tanto alies como humanos são criaturas extremamente hostis.

O do filme roteiro envolve terror, suspense e terror psicológico, porém, o elemento que mais chama a atenção é o trabalho da sonoplastia e efeitos sonoros, que conseguem de forma precisa trabalhar com a variação entre o som, ruído e o próprio silencioso.

Os momentos que acabam nos levando a máxima inquietude da ansiedade, trata-se dos protagonizados pela personagem Regan Abott, interpretado com sabedoria e destreza por Millicent Simmonds, que por sinal, é deficiente auditiva desde os 11 meses de idade. Esses momentos trabalham com a variação entre o silencioso e toda a tensão do ato de não ouvir em um mundo tão perigoso e complexo.


Essas nuances realizadas pelos sonoplastas e claramente interpretada de forma magnifica pela atriz, nos levam a pensar em uma indústria hollywoodiana, onde filmes que cada vez mais são preenchidos com efeitos sonoros, explosões, trilhas sonoras orquestrais, ruídos e gritos. Desta forma, como o silêncio ainda consegue encontrar seu espaço? E aqui trazemos a ovelha negra para esse debate, o silêncio em termos gerais é compreendido como a ausência total ou relativa de sons, da comunicação, enquanto o entretenimento é mais ligado aquilo que distrai, entretém, que causa distração, o que vai totalmente de encontro ao que o silêncio prega.


Essa preocupação em preencher os espaços de silêncio, os considerando monótonos, não é atual, como debatido pelo artigo ‘’O som do silêncio no cinema e na fotografia’’ essa preocupação vem desde o início do próprio cinema, onde sempre foi buscado preencher espaço utilizando músicas, narradores para enunciar ações, efeitos sonoros para cativarem o espectador.


O silencioso tornou-se mais utilizado como um recurso do roteiro para criar momentos de tensão, ou como uma distração para gerar ''jump scare'' criativos,por esse motivo, filmes de suspense, terror e alguns dramas, como no filme ''O som do silêncio'', que recebeu seis indicações ao orcas, ganhando por melhor som e melhor edição, utilizam esse recurso como elemento central para gerar momento únicos e imersivos nos espectadores. O silêncio, desta forma, torna-se um grande criador de atmosferas, elemento importante na compreensão de histórias, oferecendo nuances que apenas essa variação entre o vazio e o ruído podem causar.

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